quarta-feira, 6 de julho de 2016

Ficção científica sobre refugiados do futuro ajuda refugiados no Brasil

O escritor e jornalista Guilherme Solari está lançando o seu livro Imaculada Concepção, ebook independente ambientado em um futuro no qual o hemisfério norte foi destruído por uma guerra nuclear. Milhões de refugiados americanos e europeus fogem então para a megalópole de Megasampa, a expansão urbana formada pelas áreas combinadas de São Paulo e Rio de Janeiro no Brasil do século 22.
Em homenagem ao Dia Mundial do Refugiado, todo o lucro da primeira semana do lançamento do livro será doado para o Adus, o Instituto de Reintegração do Refugiado, entidade que atende expatriados que vem ao Brasil originários da África, Caribe, Oriente Médio e outras localidades. O livro está disponível pelo preço de R$ 10 reais na Amazon.
"Eu acredito que mais do que tentar prever o futuro, a ficção científica pode ser usada para tentarmos evitar o futuro," define Solari. "O discurso do medo, preconceito e xenofobia contra refugiados está muito forte hoje em dia. E os refugiados são pessoas que já sofreram muito, fugindo de guerras e desastres naturais, muitas indo para a cidade de São Paulo, onde moro. Eu quis tentar expor como essa xenofobia faz pouco sentido invertendo os papéis e tornando os ricos de hoje os refugiados de amanhã. E, ao mesmo tempo, escrever um história divertida, de influência pulp, noir e cyberpunk."
Em Imaculada Concepção, primeira obra da série Cybersampa do autor, uma onda de assassinatos inexplicáveis no gueto do Novo Bronx leva medo à comunidade de estrangeiros. As mortes são atribuídas pelos populares a uma criatura chamada Bebê Diabo, e as autoridades precisam implementar lei marcial para conter os protestos da população. Relutantemente, eles chamam da aposentadoria um homem chamado Cascavel, o único detetive louco o bastante para resolver um caso insano.
A série Cybersampa acontece cem anos no futuro, em uma realidade possível de mudanças climáticas desastrosas, radiação e incidência de câncer constante, superpopulação, misticismo, conglomerados corporativos inescrupulosos, redes sociais onipresentes, renascimento de tradições indígenas, governo privatizado e fundamentalismo religioso. "O que mais me atrai no gênero cyberpunk é como ele é ao mesmo tempo um olhar para o futuro e para problemas sociais que já temos faz centenas de anos," diz Solari.
Imaculada Concepção, e os demais livros da série Cybersampa, têm capas inspiradas em quadrinhos feita pelo artista Bruno Dineli.

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