sábado, 18 de março de 2017

Ação mundial incentiva produção e consumo de livros independentes


O Brasil participa pela primeira vez neste sábado (18) do Indie Book Day, uma iniciativa mundial para incentivar a produção e circulação de livros independentes. Mais de 30 livrarias estão na promoção e elas foram convidadas a expor, neste dia, obras com mais destaque. A proposta é que leitores visitem os locais de venda, comprem esses livros e compartilhem mensagens com a hashtag #IndieBookDay nas redes sociais.

Em São Paulo, uma oportunidade para encontrar as obras independentes é o festival Plana, que ocorre no Pavilhão da Bienal, no Parque Ibirapuera, coincidentemente na mesma data. Estarão reunidas mais 200 editoras. A lista dos locais que participam da ação pode ser encontrada aqui.

O primeiro Indie Book Day foi há 5 anos em Hamburgo, na Alemanha, encabeçada pela editora Mairisch. Entre 2014 e 2016, outros países – Reino Unido, Holanda, Itália e Portugal – aderiram ao convite de dedicar um dia à exaltação da publicação independente.

No Brasil, a ação foi trazida pelos editores Gustavo Faraon, da Dublinense, e João Varella, da Lote 42, depois que eles participaram da Feira do Livro de Frankfurt e conheceram os organizadores do Indie Book Day.

Mercado
Varella destaca o bom momento do mercado editorial independente no país. “É difícil apontar uma explicação para isso, mas algumas pistas talvez venham dessa questão que os independentes exploram projetos gráficos. A nova onda de editores tende a explorar a materialidade do livro. Todo mundo está consumindo muito texto na tela, no computador, no tablet. Para justificar porque este texto merece ser impresso, o livro vai dar uma experiência que só o impresso faz”, disse.

O mercado editorial independente tem como característica o contato direto com o leitor por meio das feiras, sem intermediários. Mas Varella destaca que uma das propostas do Indie Book Day é também fazer um “chamado às livrarias para que elas apoiem essa movimentação”.

Ele explicou ainda que o setor não trabalha com grandes investidores e não tem capital vinculado a grandes multinacionais. Além disso, a produção “é mais experimental em termos de narrativa, de temáticas, em termos de formatos”, explicou o editor da Lote 42.

Varella critica a excessiva publicação de traduções no mercado editorial brasileiro. “Uma editora tradicional está muito vinculada à busca do best-seller, muita tradução”, apontou. Na avaliação do editor, perde-se uma rica produção literária brasileira pela necessidade de apostar “no que já é certo”. “Grandes editoras estão muito interessadas no que já foi testado e aprovado no mercado externo”, finalizou.

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