domingo, 11 de fevereiro de 2018

A hora de mudar é toda hora

O receio de mudar as coisas na vida pode tirar muita gente da zona de conforto. Desde uma peça da roupa a uma mudança de cidade ou de País, forçada ou não, a mudança sempre é motivo de questionamentos e receios. Mas no livro Maria Mudança, lançamento da Editora do Brasil, a personagem infantil que dá nome ao título, nos mostra um outro lado: que as mudanças podem ser positivas e melhorar a vida de qualquer pessoa.

Tudo começou a mudar na vida de Maria quando um dia, ao fazer a lição de casa, a eletricidade acabou e ela teve de trocar de posição para que o raio de sol, que entrava pela fresta, pudesse iluminar o caderno e ela terminasse a tarefa.

Desde então, Maria passou a mudar tudo e viu que uma mudança gerava outras, ganhando o apelido de Maria Mudança. Ela percebeu que sua vida ganhava sempre um novo significado trazendo mais alegrias e não pensava duas vezes para trocar vasos e móveis de lugar, mudar o caminho da escola, as roupas, tudo. Até com mudanças simples, um novo cenário surgia em seu dia a dia, e sua vida ficava mais interessante.

Um dia, Maria conhece o Sr. Anacleto, morador de uma casa cujo terreno era um amontoado de trastes. É aí quando Maria passa a querer mudar até as pessoas. O autor Manuel Filho observa que as mudanças de Maria têm seus cuidados. “Maria não é agressiva ao falar de mudanças. Se eu falar ‘vamos mudar isso em você’ estou sendo agressivo e posso te ofender. Quando a mudança é imposta ela é violenta. A Maria não, ela muda com carinho, experimentando, sugerindo, expandindo o horizonte”. 

Assim, o livro, com a história de Maria desmitifica o receio que temos de mudar as coisas e dá a dica de que esse medo, muitas vezes inibe a criatividade, e pode ser superado desde criança.

“Acho que, de maneira geral a gente tem medo de mudanças, só que o ‘não-mudar’ faz a gente ficar parado, acrescenta Manuel. “Mas as mudanças que produzi na minha vida, todas, sem exceção, foram muito positivas. E se essa mudança não estiver dando certo, mudo de novo, eu não tenho medo de mudança”, completa.

Além das sugestões de mudanças, que fazem os leitores de todas as idades pensar sobre o assunto, o livro também atrai por sua concepção artística, tão interessante quanto a temática. Numa época digital, é possível mostrar que as artes gráficas ainda têm muito espaço.

Autor do projeto gráfico, Celso Longo conta que o processo de produção é como um passeio por um círculo de cores que acompanham as mudanças de Maria. Enquanto a história avança entre os personagens, o passeio também avança na paleta, trocando de cores até o final. Assim, o projeto acompanha e marca a história de cada mudança da personagem, sempre acompanhada com as belíssimas ilustrações de Veridiana Scarpelli, que usou das cores e dos desenhos para explicar o andamento de algumas cenas do livro. “As ilustrações mostram as cenas descritas nos textos, como na parte da casa do Anacleto ou dos bilhetes que Maria deixava para ele. São coisas que o próprio texto pede para a ilustração mostrar. É uma relação muito próxima entre a ilustração e o texto”, diz Veridiana.

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